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sexta-feira, 13 de maio de 2016

Crise no paraiso amazonico



Demissões no Polo Industrial de Manaus reduzem em quatro meses
Para o presidente do Cieam, Wilson Périco, a redução no volume de homologações está longe de estabilidade










MANAUS - No período de janeiro a abril deste ano o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-AM) registrou 8,5 mil demissões, número 3% menor do que o contabilizado no mesmo período de 2015, quando o índice foi de 8,8 mil dispensas. No comparativo mensal, o mês de abril apresentou queda significativa no volume de homologações com 1,6 mil, enquanto em março o quantitativo chegou a 2,4 mil, maior cota obtida nos primeiros meses de 2016. Para o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, a situação é grave e a redução no volume de homologações está longe de representar um sinal de estabilidade. 

De acordo com os números do Sindmetal-AM, as empresas que tiveram os maiores índices de desligamentos nos primeiros quatro meses do ano foram: a Moto Honda (809), Samsung da Amazônia (762), Climazon Ltda. (493), Cal Comp Ltda. (367), Erin Ltda. (270), dentre outras.

Na avaliação do presidente do Sindmetal-AM, Valdemir Santana, há esperanças de melhoras no setor produtivo industrial para os próximos meses. Santana acredita que o Polo Industrial de Manaus (PIM) pode recuperar o quantitativo da mão de obra dispensada nos últimos anos. As expectativas, segundo ele, estão fundamentadas em uma possível discussão entre o setor de componentes e o governo do Estado com o intuito de viabilizar uma política de incentivos fiscais que incentive a fabricação local de componentes. “Esperamos que as demissões deixem de acontecer. Houve uma redução nos desligamentos e vemos que algumas empresas estão contratando, apesar de serem números pouco expressivos, entre 30 e 40 funcionários, mas as admissões começam a acontecer. Há esperanças de que ao final do ano o PIM conte com pelo menos 90 mil trabalhadores. Hoje, esse número é de 87 mil”, disse. “O setor de componentes foi um dos que mais sofreu com a crise e gostaríamos de poder contribuir com as discussões entre o governo do Estado e o segmento, que envolve, produção de embalagem de papel, papelão, estamparia, cabos, para incentivar a fabricação local dos produtos. Se isso acontecer, haverá geração de emprego e renda”, completou. 

Segundo o presidente do Cieam, Wilson Périco, o momento é impróprio para falar em estabilização. Ele afirma que enquanto as demissões ocorrerem significa que a situação é ruim. Para o empresário, o desaquecimento produtivo e a consequente dispensa dos colaboradores em massa, fato que ocorre há pelo menos um ano, é resultado de uma má administração do governo federal, problema que na sua avaliação, não será resolvido em poucos meses. “Não se pode falar em estabilização. A situação é ruim e sópoderem os afirmar o contrário quando não houver mais redução. Não há nada que sinalize boas perspectivas para daqui a dois ou três meses. O que estamos vivendo foi ocasionado por uma série de equívocos do governo, problema que para ser resolvido precisará de uma série de medidas acertadas”, frisou.

Conforme os Indicadores de Desempenho da Suframa, até fevereiro deste ano foram registradas 4.433 admissões e 7.932 demissões. Em 2015 o PIM encerrou o ano com saldo de 32.993 contratações, 58.472 demissões e registro negativo de 25.479 postos de trabalho.


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