Cid alerta: governo não deve
temer Eduardo Cunha
Demitido do Ministério da Educação depois de chamar
o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de "achacador", o ex-ministro Cid
Gomes afirma que o governo federal não deveria tentar qualquer tipo de acordo
com o presidente da Câmara; "O governo tentar acordo com uma figura como
essa não contribui em nada para que ele resgate sua popularidade. Pode até
ficar até o fim, mas sem popularidade, qual o retorno disso? Só vale a pena
estar no governo para estar bem com o povo. Estar no poder sobrevivendo, sem
ter respaldo popular, para que serve isso?", diz ele; Cid prevê que o
ex-presidente Lula não será candidato em 2018; "Só se for burro, coisa que
ele não é. Quem foi presidente duas vezes tem que cuidar do seu legado, da sua
história"; sua aposta é o irmão Ciro
1 de Novembro de 2015 às 12:41
247 – O ex-governador cearense e ex-ministro Cid Gomes,
que foi demitido da Educação após chamar o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de
"achacador", afirma que o governo Dilma deveria tentar enfrentá-lo,
ao invés de buscar qualquer tipo de acordo ou composição com o presidente da
Câmara dos Deputados.
"O governo está se acovardando diante de
Cunha. Está faltando coragem para enfrentá-lo. Passaram-se sete meses e as
pessoas me cumprimentam pela minha postura na Câmara. Chego a um lugar onde foi
feito um investimento extraordinário quando eu era governador, e a pessoa vem
me cumprimentar não é por isso, é pelo meu discurso na Câmara", disse ele,
em entrevista à jornalista Júnia Gama (confira aqui).
"Essas coisas encontram eco popular. O povo
está cheio disso. O governo tentar acordo com uma figura como essa não
contribui em nada para que ele resgate sua popularidade. Pode até ficar até o
fim, mas sem popularidade, qual o retorno disso? Só vale a pena estar no
governo para estar bem com o povo. Estar no poder sobrevivendo, sem ter
respaldo popular, para que serve isso?"
Na entrevista, Cid voltou a disparar contra Cunha.
"Ele tem toda a prática do que chamei de achacador. É um ser abjeto,
nojento, uma pessoa que passa o tempo criando dificuldades para o Executivo
para arrancar vantagens. No caso dele, pessoais. Fortuna. Ele não está na
presidência da Câmara à toa, porque ele representa hoje um estilo que é
majoritário na Câmara. É um vagabundo que se aproveita do poder político. Para
mim, é um morto-vivo."
Cid afirmou ainda que, se estivesse no lugar de
Dilma, agiria diferente. "Eu iria para uma medida extrema. Quando se está com a razão, tem que
enfrentar, mesmo se expondo à chantagem ou ações oportunistas. O povo é que é o
juizado. Está faltando ao governo acreditar nisso."
Lula e Ciro Gomes
Sobre 2018, o ex-ministro disse duvidar da
candidatura de Lula, pelo PT. "Lula não é anjo, nem demônio. Fez muitas
coisas importantes, há evolução em várias áreas nos últimos quinze anos. Por
outro lado, Lula é responsável pela institucionalização do loteamento, com
vistas grossas, das estruturas públicas", disse ele. "Boa parte do
problema que Dilma está enfrentando com o meio político é porque ela resistiu
muito a aceitar isso. Aquela história de faxina não era da boca para
fora."
"Não acredito jamais que Lula seja candidato.
Só se for burro, coisa que ele não é. Quem foi presidente duas vezes tem que
cuidar do seu legado, da sua história", diz Cid, que aposta no irmão Ciro.
Segundo o ex-ministro, o temperamento explosivo é coisa do passado. "Boa
parte era ímpeto da juventude. Naturalmente, ele amadureceu nesse aspecto. Mas
boa parte foi oportunismo da oposição."