Demissões
no Polo Industrial de Manaus reduzem em quatro meses
Para o presidente do Cieam, Wilson Périco, a
redução no volume de homologações está longe de estabilidade
MANAUS - No período de janeiro a abril deste ano o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-AM) registrou 8,5 mil demissões, número 3% menor do que o contabilizado no mesmo período de 2015, quando o índice foi de 8,8 mil dispensas. No comparativo mensal, o mês de abril apresentou queda significativa no volume de homologações com 1,6 mil, enquanto em março o quantitativo chegou a 2,4 mil, maior cota obtida nos primeiros meses de 2016. Para o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, a situação é grave e a redução no volume de homologações está longe de representar um sinal de estabilidade.
De acordo com os números do
Sindmetal-AM, as empresas que tiveram os maiores índices de desligamentos nos
primeiros quatro meses do ano foram: a Moto Honda (809), Samsung da
Amazônia (762), Climazon Ltda. (493), Cal Comp Ltda. (367), Erin Ltda.
(270), dentre outras.
Na avaliação do presidente do
Sindmetal-AM, Valdemir Santana, há esperanças de melhoras no setor
produtivo industrial para os próximos meses. Santana acredita
que o Polo Industrial de Manaus (PIM) pode recuperar o
quantitativo da mão de obra dispensada nos últimos anos. As
expectativas, segundo ele, estão fundamentadas em uma possível
discussão entre o setor de componentes e o governo do Estado com
o intuito de viabilizar uma política de incentivos fiscais
que incentive a fabricação local de componentes. “Esperamos que as
demissões deixem de acontecer. Houve uma redução nos desligamentos e
vemos que algumas empresas estão contratando, apesar de serem
números pouco expressivos, entre 30 e 40 funcionários, mas as admissões
começam a acontecer. Há esperanças de que ao final do ano o PIM conte
com pelo menos 90 mil trabalhadores. Hoje, esse número é de 87
mil”, disse. “O setor de componentes foi um dos que mais sofreu com a
crise e gostaríamos de poder contribuir com as discussões entre o
governo do Estado e o segmento, que envolve, produção de embalagem de
papel, papelão, estamparia, cabos, para incentivar a fabricação local dos
produtos. Se isso acontecer, haverá geração de emprego e renda”,
completou.
Segundo o presidente
do Cieam, Wilson Périco, o momento é impróprio para falar em
estabilização. Ele afirma que enquanto as demissões ocorrerem significa
que a situação é ruim. Para o empresário, o desaquecimento produtivo e a
consequente dispensa dos colaboradores em massa, fato que ocorre há pelo
menos um ano, é resultado de uma má administração do governo federal,
problema que na sua avaliação, não será resolvido em poucos
meses. “Não se pode falar em estabilização. A situação é ruim e sópoderem
os afirmar o contrário quando não houver mais redução. Não há nada
que sinalize boas perspectivas para daqui a dois ou três meses. O
que estamos vivendo foi ocasionado por uma série de equívocos
do governo, problema que para ser resolvido precisará de
uma série de medidas acertadas”, frisou.
Conforme os Indicadores de
Desempenho da Suframa, até fevereiro deste ano foram
registradas 4.433 admissões e 7.932 demissões. Em 2015 o PIM
encerrou o ano com saldo de 32.993 contratações, 58.472 demissões e registro
negativo de 25.479 postos de trabalho.
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